quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

COMO FAZER UM RELATÓRIO (203, 204, 205, 206)

COMO FAZER UM RELATÓRIO

SANTA CATARINA, SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRACAO. DIRETORIA DE PATRIMONIO E DOCUMENTACAO. Padronização e redação dos atos oficiais. Secretaria de Estado da Administração, Diretoria de Patrimônio e Documentação. 2ª Ed. Florianópolis: SEA, 2003.

É o documento oficial que expõe ou narra, de forma concisa, clara e objetiva, um fato ou uma atividade desenvolvida com discriminação de todos os aspectos pertinentes à atividade relatada.
Para redigir um bom relatório, não basta relatar os fatos. Ele deve ser objetivo, informativo e apresentável. O relatório constitui um reflexo de quem o redige; espelha sua capacidade de investigação ou de descrição.
O tema deve ser direcionado aos esclarecimentos que se façam necessários à perfeita compreensão do assunto tratado. A análise deve ser objetiva e imparcial. O relator registra fatos relacionados com o tema, abstendo-se de divagações ou apreciações de natureza subjetiva. Quando fizer necessário, o relatório poderá ser ilustrado com tabelas, gráficos, fotografias e outros elementos que possam contribuir para o perfeito esclarecimento dos fatos. Esses elementos podem ser colocados no corpo do relatório ou, se muito numerosos, em forma de anexo.
Existem vários tipos de relatórios, que são classificados conforme a sua finalidade.

A) Normas para a elaboração
Se o tipo de relatório a ser elaborado dispuser de formulário pré-impresso, o relator deverá ter o cuidado de adequar as informações aos respectivos campos.
Se o relatório é descritivo, seguirá o modelo apresentado na seção D. Seu autor deverá ter o cuidado de incluir as partes obrigatórias e selecionar as partes opcionais que a matéria requerer.

B) Tipos de relatório
O relatório pode ser: de gestão; de inquérito; de rotina e inspeção; conclusivo; de pesquise; de tomada de contas; e relatório-roteiro.
O relatório de pesquisa é preparado pelo pesquisador ao termino de um trabalho de pesquisa. Esse relatório é destinado ao estabelecimento de fatos e conclusões, com uma determinada finalidade. Pode referir-se a pesquisa de campo, de laboratório ou de gabinete.

C) Postura Previa do redator
Ao escrever o relatório deve-se procurar, antes, determinar os verdadeiros objetivos. Antes de iniciar o trabalho, deve-se perguntar a si mesmo:
-Por que devo escrever esse relatório?
- Quem irá lê-lo?
-O que devo escrever?
-De que partes deve constituí-lo?

D) Componentes de relatório

Capa
Deve conter logotipo e nome da instituição, título do relatório, local em que foi elaborado e data da emissão.

Folha de rosto
Deve conter as mesmas informações trazidas na capa, acrescidas do nome do responsável, além de outras informações, como nome da equipe.

Apresentação
É uma referência à disposição ou ordem superior que motivou ou determinou a elaboração e apresenta breve histórico da finalidade do relatório.

Sumário
Constituirá pagina própria e será formalizado ao termino do trabalho. Inclui títulos e subtítulos das partes que compõe o relatório com a respectiva página. A pagina possui três divisões: uma à esquerda com a numeração das divisões, a da direita com a respectiva pagina e a central com os títulos e subtítulos.

Lista de ilustrações
É a relação de tabelas, quadros e figuras constantes de um relatório.

Corpo do relatório
Constitui-se de elementos textuais- introdução, desenvolvimento e conclusão- cujo conteúdo obedece a um critério lógico de exposição, partindo do abrangente para as particularidades:
Introdução- constitui-se de breve histórico do relatório já elaborado, que leva o leitor à compreensão precisa do assunto, pela ciência imediata do foco de seu conteúdo. È redigida quando o relatório já esta concluído;
Desenvolvimento- è a parte mais importante do texto propriamente dito. Por isso, ao redigi-lo, é imprescindível observar o raciocínio lógico e a clareza na explanação do assunto. Pode estar dividido em capítulos;
Conclusão- descrito os fatos, feita a respectiva apreciação e apresentação dos argumentos, o relatório deve ser concluído, apresentando as conclusões a que se chegou o autor, sugestões de melhoria ou mudanças de rotinas, normas, procedimentos, ou ainda, recomendações sobre medidas a serem adotadas, em decorrência do que foi constatado ou concluído. Essas sugestões ou recomendações devem ser precisas,praticas e concretas, relacionadas com a analise feita. Ao final do relatório deve-se indicar a data de conclusão, seguida pela assinatura do responsável.

Glossário
É opcional. Constitui-se da relação de palavras ou expressões de uso restrito ou de sentido obscuro, acompanhadas das definições básicas.

Referências
São indicações precisas e minuciosas que permitem a indicação de publicações, fontes eletrônicas e outras, no todo ou em parte, utilizadas para a elaboração do texto. Sua elaboração deve seguir a NBR-6023, da Associação Brasileira de Normas e Técnicas – ABNT.

Anexos
Estão condicionados à necessidade. Constituem-se do material que complementa a descrição do relatório como: Organogramas, mapas, tabelas, gráficos, fotografias, entre outros. São numerados seqüencialmente e recebem título.

Contracapa
Constitui-se de uma folha em branco, acrescida no final do relatório, conferindo-lhe acabamento.

sábado, 2 de outubro de 2010

Previa do roteiro de saida de campo turmas 203,204,205,206

Obs: esse documento ainda não é oficial


LEMBRETE: Levar máquina fotográfica, caneta e caderno de anotações. As informações e imagens levantadas serão utilizadas no relatório.

NOMES: ....................................................................................
TURMA: ( )203 ( )204 ( )205 ( )206
LOCAL:....................................................... DATA:.................
DURAÇÃO DA ATIVIDADE:...............................................................

SUGESTÃO DE QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO:
1)Quando e como surgiu o Museu do Lixo?
2) Em relação ao modo de ocupação da área, como era seu uso no passado em relação ao presente? Questionar sobre o tipo de vegetação e a poluição da água e solo.
3) O que se faz no Museu do Lixo?
4) Quais processos de tratamento pode se observar no lugar? Questionar sobre: reciclagem, compostagem, incineração, aterro e lixão. Se possível, obtenha informações sobre cada um deles.
5) Observar os produtos que chegam para a reciclagem. Cite os materiais e verifique os que possuem maior valor no mercado.
6) Questionar a destinação do material descartado, lixo eletrônico e hospitalar.
7) Qual a importância dos catadores de lixo? A COMCAP faz campanhas de conscientização para a coleta seletiva?
8) O que lhe chamou mais atenção na visita?
9) Adicionar informações que vocês acharam interessantes.
10) Fazer registros fotográficos.
11) Faça uma reflexão sobre o que vocês viram na visita de campo e o cotidiano. O que podemos fazer para termos uma sociedade mais sustentável?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Palavra Cruzada

Para quem gosta de palavras cruzadas segue abaixo o endereço de uma página portuguesa que disponibiliza uma série de atividades em várias áreas.

http://www.malhatlantica.pt/oprof/cruzadasgeo.html

Motores da História- Paul Virilio

Os motores da história (fragmento)
Entrevista com Paul Virilio

Próteses corporais, sexo cibernético, declínio da realidade dos fatos, anulação dos tempos locais, poluição das distâncias físicas: o filósofo e urbanista Paul Virilio (ex-diretor da École d’Architecture de Paris) discute a amplitude das novas tecnologias e aponta para os riscos totalitários da colônia global multimidiática. (As notas de rodapé estão embutidas no próprio texto). Apud: "Tecnociência e cultura: ensaios sobre o tempo presente" - Hermetes Reis de Araújo (org.) - Estação Liberdade - São Paulo, 1998.

Entrevistador - O título do seu livro, "A arte do motor", soa como uma síntese da experiência estética e material da cultura contemporânea. Gostaríamos de começar esta entrevista perguntando sobre ele.

Paul Virilio - Nós não percebemos que a história moderna foi escandida, organizada por cinco motores. Primeiro, o motor a vapor, na ocasião de uma revolução da informação e da criação da primeira máquina, ou seja, da máquina que serviu à revolução industrial. Foi o motor a vapor que permitiu o trem e, portanto, a visão do mundo através do trem, a visão em desfile, que já é a visão do cinema. Cada motor modifica o quadro de produção de nossa história e também modifica a percepção e a informação. O segundo motor, o motor de explosão, propiciou o desenvolvimento do automóvel e do avião. Voando, o homem obteve uma informação e uma visão inéditas do mundo: a visão aérea. O motor de explosão possibilitou uma infinidade de máquinas, as máquinas-veículo e também toda uma série de máquinas de produção industrial. O terceiro motor, o elétrico, deu origem à turbina e favoreceu a eletrificação, permitindo, por exemplo, uma visão da cidade à noite. Evidentemente ele favoreceu também o cinema. O cinema é uma arte do motor. Certamente as primeiras máquinas e câmeras foram manuais, mas sabemos que elas foram eletrificadas rapidamente. O desenvolvimento do cinema, que modificou a relação do homem com o mundo, está diretamente relacionado com a invenção do motor elétrico. O quarto motor é o motor-foguete que permitiu ao homem escapar da atração terrestre. Através dele temos os satélites que servem à transmissão do sistema de segurança. Satelizando os homens, ele permitiu a visão da Terra a partir de uma outra terra: a Lua.
Assim, cada motor modificou a informação sobre o mundo e nossa relação com ele. Eu creio que isto nunca foi dito. Nós esquecemos que a arte é sempre uma arte do motor. De uma certa maneira, as artes primitivas eram ligadas ao metabolismo, ou seja, ao pintor, ao escultor etc., mas desde que inventamos a máquina nós inventamos um meio diferente de perceber e de conceber o mundo. O último motor é o motor informático, é o motor à inferência lógica, aquele do software, que vai favorecer a digitalização da imagem e do som, assim como a realidade virtual. Ele vai modificar totalmente a relação com o real, na medida em que permite duplicar a realidade através de uma outra realidade, que é uma realidade imediata, funcionando em tempo real, live. Desse modo, dizer “a arte do motor” significa dizer que toda arte moderna é ligada à invenção de motores: motor à vapor, motor de explosão, motor elétrico, motor-foguete e motor eletrônico.

2 série- Fases do Crescimento Populacional


Fonte: Lucia Marina e Tércio. Geografia. Serie: Novo Ensino Médio. 1999.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade

Infelizmente é a mais pura verdade
Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.
Excelente texto, leiam até o final, vale a pena !
O texto é fictício, mas os fatos são muito reais !
Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.

A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.


Carta do Zé agricultor para Luis da cidade.


Prezado Luis, quanto tempo.

Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?

Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né ...) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo
calendário?

Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encompridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio
também pagam multa grande né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.


Até mais Luis.


Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)